O livro A Psicologia Financeira de Morgan Housel é uma obra que explora a relação entre o comportamento humano e o dinheiro. Ao longo do livro, o autor apresenta uma série de temas relevantes para a compreensão dessa relação, oferecendo insights e estratégias para ajudar os leitores a tomar decisões financeiras mais saudáveis e eficazes. Neste artigo será abordado os princípios e pontos principais do livro.
Princípios financeiros importantes para entender a relação das pessoas com o dinheiro.
1 – Ninguém é louco:
O autor destaca que é importante entender que as experiências pessoais de cada indivíduo com dinheiro têm um enorme impacto na forma como enxergamos o mundo, representando cerca de 80% da nossa percepção. Dessa forma, não é justo julgar as pessoas por suas escolhas financeiras baseando-se apenas em nossa própria experiência limitada.
Por exemplo, aqueles que viveram períodos de crise econômica, como a Grande Depressão de 1929 ou As Décadas Perdidas de 1991 a 2001 no Japão, podem desenvolver uma aversão a investir em ações durante toda a vida. Já as gerações mais jovens, que cresceram em um período de baixa inflação, podem ter uma mentalidade totalmente diferente das gerações mais antigas ou dos jovens de outras partes do mundo.
2 – Sorte e Risco:
Morgan Housel afirma que a sorte e o risco têm um papel crucial no nosso sucesso financeiro, e usa o exemplo de Bill Gates para ilustrar isso. Gates é certamente um indivíduo altamente talentoso e trabalhador, mas teve a sorte de estudar numa das poucas escolas do mundo que possuíam um computador na época. Em contraste, o seu colega prodígio Kent Evans, que trabalhou com Gates em projetos de programação informática, poderia ter tido um futuro semelhante ao de Gates, mas infelizmente faleceu num trágico acidente de montanhismo na adolescência.
3 – Nunca é suficiente:
Morgan Housel explica que muitas vezes temos a tendência de alterar nossos objetivos financeiros à medida que enriquecemos. Quando alcançamos um objetivo, imediatamente pensamos no próximo e o ciclo nunca termina. Ele dá exemplos de milionários que tentaram se tornar bilionários e acabaram sem nada por arriscarem tudo o que tinham e precisavam para obter algo que não tinham e não precisavam.
Segundo o autor, aprender a dizer "é suficiente" é essencial para evitar arrependimentos futuros.
4 – Efeito de capitalização do dinheiro:
Morgan Housel destaca que o efeito dos juros compostos é fundamental para alcançar a independência financeira, mas seu funcionamento é difícil de compreender para a mente humana. Ele cita o bilionário Warren Buffet como exemplo: embora Buffet tenha investido desde jovem, a maior parte de sua fortuna de US$ 84,5 bilhões foi acumulada após seus 50 anos. O autor ressalta que, em vez de focar na maximização da taxa de retorno, é mais importante buscar uma boa taxa de retorno ao longo de um período de tempo mais longo possível.
5 – Ficar rico vs Permanecer rico:
Morgan Housel acredita que a chave para investir com sucesso é a sobrevivência. As pessoas mais bem-sucedidas em finanças pessoais são aquelas que investem por mais tempo, pois a principal forma de aumentar a riqueza é dar tempo ao patrimônio para se capitalizar.
No entanto, enriquecer requer risco e otimismo. Para permanecer rico, é preciso ser humilde e resiliente, o que inclui reconhecer que nossas expectativas podem não se concretizar e incorporar uma margem de segurança em nossos planos, como frugalidade, flexibilidade e um horizonte temporal mais longo.
6 – A importância do altamente improvável:
Morgan Housel entende que há uma atração e fascínio em relação aos indivíduos mais ricos, bem sucedidos e famosos, mas esclarece que a maioria das vezes essa riqueza e fama resultam de eventos com uma probabilidade de ocorrência de 1 em 1 milhão. A mensagem do autor é que não devemos subestimar o quão raros são esses eventos. Em vez disso, Housel define um investidor inteligente como aquele que consegue manter uma performance consistente, enquanto a maioria das pessoas à sua volta toma decisões imprudentes.
7 – Liberdade:
O autor sugere que muitas pessoas acreditam que a riqueza traz felicidade, mas argumenta que a verdadeira felicidade vem da liberdade de controlar a nossa própria vida. Ter a capacidade de fazer o que quisermos, quando quisermos, com quem quisermos e pelo tempo que desejarmos, não tem preço. Essa liberdade é o maior retorno que o dinheiro pode trazer e vale mais do que ganhar um rendimento adicional de 2% por meio de trabalho excessivo ou riscos que afetam nossa paz de espírito.
8 – O Paradoxo do carro de luxo:
Morgan Housel observa que, quando alguém dirige um carro de luxo, não recebe admiração verdadeira de outras pessoas. Em vez disso, as pessoas apenas imaginam o quão admiráveis seriam se estivessem no lugar do condutor. Este paradoxo também se aplica à riqueza, pois ninguém nos admira pelo nosso dinheiro - em vez disso, as pessoas só pensam em como sua própria vida seria diferente se tivessem essa quantidade de dinheiro.
9 – Riqueza é aquilo que não está à vista:
Gastar dinheiro para mostrar riqueza nos leva a deixar de ter dinheiro. A verdadeira riqueza não está naquilo que gastamos mas no que investimos para obter uma maior opção investimento e consumo no futuro.
10 – Poupe dinheiro:
Morgan Housel indica que o retorno do nosso investimento é menos importante do que a nossa taxa de poupança (nota: Eu analisei exatamente esta questão aqui). A taxa de poupança é a diferença entre o nosso salário e o nosso ego. Poupar dinheiro, mesmo que numa conta à ordem com 0% de juros, irá dar-nos muita flexibilidade para no futuro trocar de emprego, comprar ações quando o mercado tem uma quebra ou evitar vendê-las nesse mesmo momento.
11 – Razoável > Racional:
O autor argumenta que o melhor plano de investimento é aquele que os investidores são capazes de seguir sem se desviarem do caminho. Tentar ser absolutamente racional o tempo todo e tomar decisões baseadas apenas em planilhas de Excel pode levar os investidores a desistirem do plano, perdendo o potencial de valorização a longo prazo. Em vez disso, é importante ter um plano realista e sustentável que possa ser seguido a longo prazo, mesmo quando as coisas ficam difíceis ou incertas.
12 – Surpresa! Housel:
O autor desaconselha os investidores a confiarem totalmente em dados históricos para estimar retornos financeiros futuros. Ele argumenta que a história é o estudo da mudança constante e que coisas que nunca aconteceram antes podem ocorrer a qualquer momento. Por isso, é importante ter em mente que as previsões baseadas somente em dados históricos podem ser limitadas e, portanto, é preciso estar preparado para lidar com a incerteza e a imprevisibilidade do futuro.
13 – Margem de segurança:
O capítulo é resumido na ideia de que a parte mais crítica de qualquer plano é a preparação para o que fazer caso as coisas não saiam como o esperado. Housel compartilha sua abordagem pessoal, na qual ele assume que os retornos de investimento no futuro serão cerca de um terço mais baixos do que os retornos do passado, o que o motiva a poupar mais dinheiro do que faria sem esse pressuposto. Isso representa sua margem de segurança.
14 – Você vai mudar:
Fazer um planejamento de longo prazo pode ser uma tarefa desafiadora, uma vez que nossos objetivos e desejos pessoais estão em constante evolução. Olhando para trás, podemos perceber o quanto mudamos ao longo do tempo, no entanto, tendemos a subestimar o quanto ainda podemos mudar no futuro. Nesse sentido, o autor recomenda evitar um planejamento financeiro excessivamente rígido e aceitar que é provável que mudemos de ideia no futuro.
15 – Nada é gratuito:
Assim como em qualquer aspecto da vida, há um custo para investir e aproveitar os benefícios da capitalização do nosso dinheiro. No entanto, o preço do investimento não é medido em termos monetários, mas sim em volatilidade, medo, dúvida, incerteza e arrependimento. Para alcançar o sucesso nos investimentos, é fundamental estar disposto a pagar esse custo e reconhecer que ele é um preço a ser pago para participar deste jogo. É importante entender que esse preço vale a pena e representa simplesmente o bilhete de entrada para esse jogo de investimentos.
16 – Tu e Eu:
O parâmetro mais crucial de uma estratégia de investimento é o horizonte temporal. É benéfico discutir com amigos que possuem conhecimento financeiro e ler livros de especialistas para melhorar a nossa literacia financeira. No entanto, não é aconselhável copiar a estratégia de alguém que possui um horizonte temporal diferente do nosso. Por exemplo, investir em uma ação de alto risco pode ser uma opção razoável para alguém que pretende vendê-la dentro de uma hora, mas não para alguém que planeja mantê-la em sua carteira por muitos anos.
17 – A sedução do pessimismo:
Os avanços ocorrem gradualmente ao longo dos anos, enquanto as crises surgem rapidamente, tornando-se impossíveis de ignorar. É por isso que os pessimistas parecem ser mais inteligentes, mas são os otimistas que obtêm melhores resultados financeiros, pois, na maior parte do tempo, o mundo tende a melhorar para a maioria das pessoas.
18 – Quando acreditas em tudo:
De acordo com o psicólogo Philip Tetlock, como seres humanos, temos a tendência de acreditar que o mundo é previsível e controlável, o que nos leva a valorizar histórias que confirmam nossas crenças e desejos. No entanto, a realidade é que o mundo é complexo e imprevisível, e precisamos aceitar essa verdade para tomar decisões mais informadas e assertivas.
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Conclusão
"A Psicologia do Dinheiro" de Morgan Housel é um livro importante e inspirador para quem quer entender melhor a relação entre finanças pessoais e comportamento humano. Ao longo do livro, o autor destaca várias verdades importantes sobre o dinheiro, como a importância das nossas experiências pessoais, a influência da sorte e do risco, a armadilha da comparação social, o poder da simplicidade, e a necessidade de reconhecer que o dinheiro não é tudo. Este livro é uma leitura valiosa para todos aqueles que desejam melhorar a sua relação com o dinheiro, independentemente do seu nível de rendimentos ou da sua experiência financeira. Com a sua abordagem clara e acessível, "A Psicologia do Dinheiro" ajuda-nos a compreender melhor a forma como pensamos e agimos em relação ao dinheiro, e oferece dicas e estratégias práticas para uma vida financeira mais saudável e feliz.
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